A opinião de consumidores sobre as marcas e não sobre as ações das empresas como corporações. “Os clientes criam expectativas sobre as empresas e elas mudaram conforme o passar dos anos”, cada vez mais os consumidores percebem a falta de autoridade dos governos e instituições, fazendo com que as marcas ganhem relevância e possam conquistar credibilidade em pautas ESG, que fazem parte do cotidiano dos clientes. 94% dos brasileiros esperam que as empresas façam algo sobre ESG e acreditam que a empresa tem obrigação de fazer algo relacionado aos problemas. Porém, quando questionados, apenas 17% acreditam que as corporações efetivamente fazem. Há uma lacuna entre a expectativa do consumidor e a realidade, que é o que as marcas demonstram. “Nosso país ainda dá os primeiros passos em ESG. Existem empresas mais engajadas que outras, muitas companhias ainda não conseguiram desenvolver, de fato, essas práticas ou fazem apenas o que é necessário e higiênico. O ESG ainda precisa amadurecer e a pressão do brasileiro é uma das peças-chave para isso”, Os especialistas mundiais indicam que o Brasil é uma potência em economia verde, principalmente no mercado de Carbono e nas soluções climáticas, temos biomassa, agricultura sustentável, energia renovável, compensação em carbono. Nossa energia é 85% renovável, a maioria das nações é de 26%, e, 75% da nossa frota é de biocombustível e podemos reduzir ainda mais a emissão de carbono da mobilidade urbana com o avanço da eletrificação. No mercado de Carbono somos o número um em capacidade de reflorestamento, só que temos um gargalo e precisamos parar de desmatar, para aproveitar precisamos desenvolver instrumentos financeiros, contábeis e tributários sofisticados para regulamentar e certificar este mercado. O barateamento das energias renováveis associado aos avanços tecnológicos das baterias estão provocando uma verdadeira revolução energética. Mas os painéis solares e turbinas eólicas ainda não são capazes de limpar todos os setores da economia. É aí que entra o hidrogênio verde, que tem o potencial de reduzir a pegada de carbono de atividades críticas no que diz respeito a emissões, como transporte de carga e indústrias pesadas de grandes siderúrgicas a fabricantes de aeronaves, o hidrogênio verde vem se tornando a última fronteira para descarbonização das economias — e movimentando bilhões de dólares entre empresas consolidadas e startups que pretendem escalar a tecnologia. Além do transporte pesado, um dos impactos mais importantes e talvez mais imediatos está nos setores químicos, de refino de petróleo e de produção de fertilizantes, por exemplo, que já utilizam o hidrogênio cinza. O hidrogênio verde também pode substituir o gás natural em sistemas de calefação. Há ainda um uso promissor na siderurgia. Os fabricantes de aço usam carvão tanto para aquecer altos-fornos quanto na purificação do minério de ferro. É um processo sujo: eles são responsáveis por 7% das emissões globais de CO2. Para cada tonelada de aço produzida, em média, 1,9 tonelada de dióxido de carbono é jogada no ar.
ESG no novo governo
Uma das bandeiras do novo governo federal é dar mais importância aos temas ambientais e, por isso, mudou o nome da pasta responsável pelo assunto para Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima. Além disso, houve a criação de uma secretaria específica para lidar com os assuntos de interesse das micro e pequenas empresas, essa sob o crivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O direcionamento político do governo Lula e até o retrospecto dos mandatos anteriores mostram que haverá maior destaque para a agenda ESG, o que, consequentemente, pode beneficiar as cleantechs. “O mercado acredita de uma forma muito assertiva que isso também terá um impacto nas startups verdes, podendo até ser uma surpresa maior do que o esperado”. Independente da conjuntura política, o movimento é de valorização deste setor nos próximos anos porque este é um tema internacional. “Mesmo no contexto global, essas empresas tendem a crescer porque a demanda é alta, já que, em geral, os problemas nos países são similares. Então soluções que são boas e escaláveis em diferentes ambientes podem ter um forte crescimento”.