NA ONDA DO SURF
20/04/2023

NA ONDA DO SURF

Deste que me conheço por gente vou para praia com meus pais, minha mãe hoje mora na praia, o mar sempre me fascinou, insisti muito para aprender a surfar, hoje já um senhor, contínuo, minha mãe me chama de “Gaga Boy”. Refletindo o que o surf pode nos ensinar sobre o mundo corporativo. Muito bem, você está surfando, pegou algumas boas ondas e acredita que ganhou o dia. Vai para a areia, enterra a prancha e fica olhando o mar. Aí chega uma nova série de ondas fantásticas, muito melhores do que aquelas que você surfou e está se vangloriando. Mas, até pegar a prancha e remar contra a arrebentação, você perdeu. As empresas que acreditaram que tinham surfado as melhores ondas (e realmente tinham), e foram para a praia para curtir, perderam as outras ondas. Ondas que estragaram seu dia, pois eram muito melhores que as que tinham surfado antes. São incontáveis as empresas que foram inovadoras, mas se acomodaram ou acreditaram que o que tinham feito era suficiente para lhes garantir o campeonato. Perderam, textualmente, a onda que lhes custou a própria sobrevivência empresarial. O cenário de negócios está em contínua transformação. A sociedade digital acelera exponencialmente o ciclo de mudanças e a inovação e a sustentabilidade passam a serem questões de sobrevivência. Muitas empresas encaram a Inovabilidade (Inovação com Sustentabilidade) como um departamento com salas coloridas e uns desenhos e frases nas paredes. Falam muito em Inovabilidade, mas querem evitar os inevitáveis custos associados à Sustentabilidade e a uma Economia de Carbono Zero. Não existem benefícios sem custos associados e quando se fala de Inovabilidade, mas não vemos budget adequado, a empresa está apenas falando o vedadeiro greenwashing. Na prática, está sufocando a Inovabilidade, não lhe dá oxigênio e ela morre asfixiada nas planilhas de custos. As empresas têm a tendência de se aferrar às suas competências centrais, acumuladas por décadas de passado bem-sucedido. Criam uma mentalidade protetora e defensiva e buscam preservar seus ganhos de curto prazo sem investir o suficiente para adquirir novas habilidades e investir no futuro, que hoje é verde. O passado de sucesso não é garantia de futuro promissor. O cenário de negócios muda, o comportamento do cliente muda, a competição muda e as tecnologias mudam. Se a empresa não mudar, ela vai perder a onda, pois as novas ondas vão fazer novos surfistas se tornarem campeões e você vai ficar com o título de ex-campeão, hoje as ondas são, mobilidade elétrica, produtos e processos de carbono zero, hidrogênio verde, ESG, economia circular, um verdadeiro Tsunami Verde. Isso acontece sempre e agora vemos o fenômeno se acelerando. Lembram? Das grandes empresas fabricantes de celulares que deixaram a onda seguinte para a Apple!!! Se você só inovar sem sustentabilidade dentro de sua zona de conforto e competência, corre sério risco de fracassar no futuro breve. A inovabilidade exige construir continuamente novas competências. Vamos pegar um exemplo? Que tal a Amazon? Ela era empresa que vendia livros físicos criou o Kindle para leitura digital em vários tipos de dispositivos, livrarias estão desaparecendo. Alugar um DVD na Blockbuster LLC da esquina da sua casa, preciso comentar a onda da Netflix. Nenhum surfista consegue passar o dia surfando sem cair várias vezes. Faz parte do negócio do surf errar. Caiu? Sobe na prancha e retorna para pegar a próxima onda. Assim é no cenário de negócios, caso não faça se afoga. Na sua carta aos investidores de 2015, Jeff Bezos escreveu: Uma área em que penso que temos uma distinção especial é no fracasso. Acredito que somos o melhor lugar do mundo para fracassar (nós temos um monte de práticas), e fracasso e invenção são gêmeos inseparáveis. Para inventar, você tem de experimentar, e se você sabe antes que vai funcionar, não é um experimento. fracasso é parte inerente do processo de inovação. Segundo Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, em 2017: Nossa proporção de hits é alta demais agora. Nós temos que nos arriscar mais, tentar mais coisas malucas. Nós deveríamos ter um nível mais alto de cancelamento de produções como um todo. Pois é. Para a imensa maioria dos CEOs, isso é um absurdo inaceitável. Inovar é difícil, demorado e cheio de incertezas, porque ninguém sabe quanto tempo vai demorar para trazer resultados positivos. É preciso ter paciência e fé para acreditar na ideia. É preciso ter coragem para enfrentar os dissabores. A inovação tem de estar no DNA da organização, no seu caldo cultural. Não se faz inovação com departamentos isolados, com posters na parede e innovation days, em que o CEO só vai lá no final para premiar a ideia vencedora. E depois nem fala mais nisso. Inovar é buscar criar coisas novas para os clientes e não ficar apenas olhando a concorrência. Se você se concentrar na concorrência vai ter que esperar que ele faça algo para você copiar. Se você for atrás do cliente, vai fazer primeiro que os concorrentes. Vimos a sacudidela que as fintechs provocaram nos bancos. Eles estavam acostumados a olharem uns para os outros e serem cópias de cores diferentes. A Tesla provocou um movimento de reação das montadoras, com Inovabilidade, inovar é fazer com que a empresa se comprometa com o novo. É fácil saber se estão falando sério ou não quando se aborda o assunto inovação. Pergunte quanto do budget está engajado em projetos inovadores? Quanto do tempo do CEO está na discussão com as equipes que desenvolvem esses projetos? Quantas pessoas em tempo integral estão dedicadas a eles? Se a inovação é apenas discurso, o budget é mínimo, a participação das pessoas é extracurricular, com alocação de poucas horas por semana e o CEO nem sabe do que está acontecendo. Isso não é DNA de inovação. É apenas conversa. Provavelmente, a empresa está correndo sério risco de ficar na praia, com sua prancha enterrada na areia, vendo outras surfarem aquelas ondas. Vão para o rodapé da história corporativa. Findo anos 90 falava no Crescimento da economia chinesa, em empresas digitais, eu era o profeta do absurdo as ondas chegaram, olhei um Swell no oceano (Conjunto de ondas marinhas lisas e uniformes, com intervalos de tempo regulares entre duas ondas), a certeza era tão clara deste Sweel quando li John Elkington e Peter Sloterdijk. Fico imaginando pessoas que acharam que minhas ideias eram de um novo tipo de Hippie, com ideias verdes. Hoje estes mesmos que me julgaram e classificaram de ecochato, só sobrevirão ou renasceram ao mercado com as minhas visões de Swell Verde, só assim conseguiram estar no melhor local para pegar as melhores ondas e prontos para surfar. Um trocadilho hoje O Verde atrai as Verdes, isso é para quem me entedeu.

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